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O Carcinoma de Células Escamosas (CCE).

É verão e não tem época mais adequada para falarmos da prevenção de tumores de pele, dentre eles o que ocorre em alta frequência diagnóstica: o Carcinoma de Células Escamosas (CCE). Essa neoplasia é formada no epitélio cutâneo e possui vários sinônimos, como carcinoma espinocelular, carcinoma escamocelular ou carcinoma epidermóide. É uma neoformação maligna de células epidérmicas, de crescimento lento e não necessariamente metastático, comum em felinos, bovinos, caninos, equinos. Não há predisposição racial nem sexual para a ocorrência de CCE . Como ocorre na maioria das neoplasias, a causa precisa dos CCE não é conhecida, porém sugere-se a causa exógena mais comumente aceita de carcinoma de células escamosas é a exposição á luz ultravioleta, com consequente lesão dérmica causando alteração no DNA.

A luz solar, além de seus efeitos sobre o DNA, também parece exercer um efeito imunossupressor direto e, pelo menos, transitório sobre a pele, afetando a função normal de vigilância das células protetoras. A radiação ultravioleta (UV) atua como agente carcinogênico na formação do câncer cutâneo, provocando reações fotoquímicas que ativam as vias inflamatórias, alteram o sistema imune e lesam diretamente o DNA. Os CCE se apresentam clinicamente com alopecia, eritema, ulceração, e formação de crostas. As lesões podem ser únicas ou múltiplas. Gatos com pelagem branca ou que possuam as orelhas, pálpebras, plano e espelho nasal despigmentados, e cães com abdome hipopigmentado, ou com pouca pelagem na região da cabeça, flancos ventrais, períneo e dígitos estão mais predispostos a desenvolverem a neoformação.

As raças com maior probabilidade de contrarir esse tipo de câncer são Dálmata, Pit Bull, Terrier, Beagles e os sem raça definida (SRD). Já entre os gatos encontramos os gatos brancos de olhos azuis e pele hipopigmentada. O prognóstico do CCE depende da localização e do estágio clínico no momento do diagnóstico. É considerado favorável quando o diagnóstico é realizado precocemente e também quando a excisão cirúrgica completa é possível. Porém, quando houver lesões mais avançadas, envolvendo estruturas ósseas, o prognóstico passa a ser reservado. As chances de ocorrer recidiva continuam altas se houver exposição ao sol.

O controle a longo prazo inclui a observação diligente, o tratamento precoce e exposição à luz solar limitada (manter animal dentro de casa durante o horário de 10:00 -16:00), e a aplicação tópica de filtros solares .

Dra. Gabriela Fredo – CRMV 12455

Referência: Cunha et al., 2014

Exame microscópico de região torácica.

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