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Tumor Venéreo Transmissível em Cães (TVT)

O TVT (Tumor Transmissível Venereo) é um tumor maligno contagioso, com incidência na primavera e no verão e corresponde a 57,9% dos casos relatados durante o ano. É um dos tumores que mais acomete a espécie canina, apresentando uma predominância maior em animais jovens, errantes e sexualmente ativos. Envolve a genitália externa de cães de ambos os sexos e de diversas raças, com localização mais frequente na vagina, vulva e região extragenital nas fêmeas; prepúcio, pênis e região extragenital em machos. Embora também possa aparecer na boca, orelhas, olhos, cérebro, faringe, pele, rins, fígado, baço e pulmão. É usualmente transmitido pelo coito, mas pode afetar a pele através da implantação de células tumorais por meio de lambedura ou contato direto em locais onde houve abrasão cutânea.

Os principais sintomas são nódulos avermelhados e pequenos tumores que se assemelham ao aspecto de uma couve-flor, além de secreção com sangue saindo pela vagina ou pênis do animal.

Além disso, os animais podem apresentar mudança de comportamento, tornando-se muitas vezes agressivos ou apáticos, letárgicos e com hipertermia. Em casos mais avançados, com progressão perineal do tumor, pode-se observar retenção urinária.

O diagnóstico é feito mais comumente pelo exame físico onde se observa o tumor na genitália externa. Nos casos onde o tumor genital não é observado e há suspeita em outras regiões do corpo, a impressão sobre lâmina de microscopia (“imprint”) e a citologia aspirativa por agulha fina (CAAF) são necessários, podendo também ser diagnosticado através de exame histopatológico.

Nos casos em que a doença se confirma, a quimioterapia é o tratamento mais efetivo.

  Tumor Venéreo Transmissível (TVT), vulva e vagina de uma cadela.

Outra DST que pode acometer cães, gatos e outras espécies é a Brucelose. Causada pela bactéria Brucella sp capaz de penetrar qualquer membrana mucosa do animal. Disseminada das fêmeas para os machos, durante o coito, e para seus filhotes, no momento do nascimento. Os machos caninos e felinos podem disseminar a Brucelose pelo sêmen e pela urina. Podendo infectar, inclusive, seres humanos que tenham contato com material infectado, o que pode incluir até mesmo fetos abortados de fêmeas doentes.

É uma doença silenciosa. Permitindo que o animal doente fique transmitindo a bactéria para outros até que seja tratado.

O tratamento da Brucelose se baseia na castração do animal diagnosticado. Porém, ainda assim, é possível que o animal continue transmitindo essa enfermidade. Os sintomas são: abortos entre o sétimo e oitavo mês de gestação, nascimento de filhotes fracos ou prematuros, retenção de placenta, artrites e febre constante. Nos machos, ocorre inflamação dos testículos, saco escrotal, esterilidade, além de inflamação ocular, meningite, infecção nos rins, alterações nas vértebras e infecção da pele. Por ser uma zoonose, pode contaminar as pessoas que tenham contato com as secreções do pet infectado.

O diagnóstico é baseado no histórico, sintomas clínicos e sorologia (exame de sangue).

Em caso de resultado positivo, é preciso conciliá-lo com outros métodos diagnósticos e repetir os testes com intervalo mínimo de 30 dias.

Dra. Gabriela Fredo – CRMV 12455

 

GONZALEZ M.C.; GRIFFEY S.M.; NAIDAN D.K. et al. Canine Transmissible Venereal Tumour: a morphological and immunohistochemical study of 11 tumors in growth phase and during regression of chemotherapy. J. Comp. Path. v. 122, p. 241-248, 2000.

MacEWEN E.G. Transmissible venereal tumor. In: WITHROW S.J. e MacEWEN E.G. Small Animal Clinical Oncology. Philadelphia: J.B. Lippincott, 2001, p. 651-655.

 

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