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Mês da Conscientização do Câncer de Bexiga em Cães

As neoplasias da vesícula urinária são incomuns nos cães e ocorrem em menos de 1% de todas as malignidades descritas nesta espécie, com maior ocorrência em cães com média de 10 anos de idade, com baixa diferença de incidência entre fêmea:macho (média 1,95:1). Quanto a predisposição racial, raros artigos citam uma predisposição frequente entra as raças, porém os cães de raça Beagle e Scottish Terrier são citados como predispostos ao desenvolvimento de neoplasias vesicais.

As neoplasias vesicais primárias são representadas principalmente pelo Carcinoma Urotelial (CUT), anteriormente denominado de Carcinoma de Células de Transição (CCT) correspondendo à 75- 90% dos tumores epiteliais da bexiga . Já os tumores de menores frequência são o carcinoma de células escamosas, o adenocarcinoma, o leiomiossarcoma, o rabdomiossarcoma e outros tumores mesenquimais.

A etiologia desta doença inclui fatores ambientais como o uso de inseticidas derivados do petróleo, tratamento com ciclofosfamida, exposição do uroepitélio vesical a carcinógenos presentes na urina como os derivados do metabolismo do triptofano (ácido indolacético, um tipo de fitohormônio, e a estricnina, um tipo de alcalóide indolólico), fatores relacionados ao próprio animal, como a obesidade exposição a áreas úmidas pulverizadas com substâncias químicas contra mosquitos, ambientes com alta atividade industrial e raça. 

Quanto ao diagnóstico destas neoplasias,  clinicamente sugere-se a realização da urinálise, porém é um exame adicional, pois dificilmente revela a presença de células neoplásicas, mas é útil na detecção de hematúria, leucocitúria e presença de bactérias associadas ao quadro. Técnicas especiais de lavagem vesical e citocentrifugação e a realização de “Cell Block” com coloração específica do material podem ser úteis no diagnóstico. A cistografia de contraste e a ultrassonografia são exames indispensáveis para o diagnóstico, porém a confirmação diagnóstica é realizada pelo exame histopatológico e a amostra pode ser obtida por cistoscopia ou laparotomia exploratória. Referente a sua apresentação clínica, normalmente estes tumores apresentam sinais similares ao da cistite crônica, incluindo hematúria, disúria e polaquiúria. 

O tratamento varia de acordo com o tamanho e localização tumoral e geralmente inclui a remoção cirúrgica seguida de quimioterapia, a qual deve ser realizada por Médico Veterinário Oncologista. 

O estadiamento e grau da doença irá depender do tamanho da neoplasia, local de crescimento, tempo de evolução, conformação histológica (tipo celular envolvido e margeamento cirúrgico) e a presença de metástase em linfonodo regional e/ou a distância.

Atenção: A informação existente neste conteúdo pretende apoiar e não substituir a consulta com médico veterinário especialista. Procure sempre uma avaliação do seu animal com um médico da sua confiança. 

Texto escrito pela médica veterinária patologista, Gabriela Fredo - CRMV-RS 12455.

Bibliografia:

  1. Zachary, J. F., McGavin, D. & McGavin, M. D. Bases da patologia em veterinária. Elsevier Brasil.
  2. Ettinger, S. & Feldman, E. Tratado de medicina interna veterinária: doenças do cão e do gato. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.
  3. Inkelmann, M. A., Kommers, G. D., Fighera, R. A., Irigoyen, L. F., Barros, C. S., Silveira, I. P. & Trost, M. E. Neoplasmas do sistema urinário em 113 cães. Pesquisa Veterinaria Brasileira, 31, 1102-1107.

 

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