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Melanomas em cães e gatos

Os Melanomas são formados a partir de melanoblastos e melanócitos, células capazes de produzir melanina, um pigmento importante que atua no bloqueio endógeno dos raios ultravioletas da luz solar. Esta neoplasia é de ocorrência comum em cães, porém é incomum em outras espécies domésticas, como o gato.

Trata-se de uma lesão geralmente pigmentada (escura), e diferente dos humanos, nos cães, apresenta diversas formas, nódulos, tumorações, placas, máculas e lesões ulceradas, possui crescimento rápido, difuso e invasivo na dependência de sua localização. As lesões mais agressivas com pior prognóstico são as localizadas na cavidade oral e nos dígitos

Epidemiologicamente os cães entre 6 e 15 anos são mais afetados, com pico de incidência entre 10 e 13 anos de idade. Raças predispostas são Schnauzer, Chow Chow, Shar pei, Rottweiller, Scottish terrier, Labrador e Cocker Spaniel. Quanto a incidências por sexo, não há ainda comprovação de predileção por sexo.

Nos cães, as áreas mais comuns são a cavidade oral, a cabeça, as falanges (dedos), os membros e escroto; nos gatos, ocorrem com maior frequência intraocular, em porção de íris.

Macroscopicamente o melanoma não pode ser diferenciado dos tumores melanócitos benignos, como o melanocitoma. Por isso, o diagnóstico citológico associado a histopatologia devem ser relacionados na conduta do especialista.

O diagnóstico de melanoma pode ser desafiante, uma vez que existem diversos graus de pigmentação melânica, chegando a casos de total ausência de pigmento. Nos melanomas amelanóticos, as células neoplásicas não sintetizam melanina intracitoplasmática e, devido a esta característica, podem induzir um diagnóstico errôneo, pois histologicamente podem mimetizar outros neoplasmas, como linfomas, carcinomas pouco diferenciados, tumores neuroendócrinos, sarcomas pouco diferenciados e tumores de células germinativas.

Nos casos de suspeita de Melanoma Amelanótico o diagnóstico mais preciso é a associação da histopatologia com a avaliação imuno-histoquímica (IHQ), visto que a confirmação da IHQ é frequentemente necessária para estabelecer o prognóstico e a terapêutica mais adequados.

O estadiamento e grau da doença irá depender do tamanho do nódulo, local de crescimento, tempo de evolução, conformação histológica (tipo celular envolvido e margeamento cirúrgico) e a presença de metástase em linfonodo regional e/ou a distância.

Atenção: A informação existente neste conteúdo pretende apoiar e não substituir a consulta com médico veterinário especialista. Procure sempre uma avaliação do seu animal com um médico da sua confiança. 

Texto escrito pela Médica Veterinária Patologista Gabriela Fredo - CRMV-RS 12455

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