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CARCINOMA UROTELIAL (Carcinoma de Células Transicionais)

As neoplasias da bexiga são maioritariamente malignas, sendo que cerca de 85 % correspondem a Carcinoma Uroterial (CUT), anteriormente denominado de Carcinomas das Células de Transição (CCT). Afeta sobretudo fêmeas, e as raças Scotish Terrier e Collie são predispostas a esta doença.

A bexiga tem um epitélio do tipo transicional. Os carcinomas uroteliais são compostos de epitélio transicional anaplásico a pleomórfico, o qual torna este tipo de neoplasia agressiva e, anatomicamente possui normalmente duas características que dificultam o seu tratamento:

  • Localizam-se normalmente no trígono vesical impossibilitando a sua remoção total.
  • Provocam o chamado “field effect” em que as células tumorais espalham-se e revestem áreas extensas da parede da bexiga, mais uma vez impossibilitando a sua remoção total.

Metástases dos carcinomas da bexiga urinária são encontradas com maior frequência nos linfonodos regionais adjacentes à bifurcação da aorta, incluindo os linfonodos inguinal profundo, ilíaco medial e sacral. Outros locais com potencial de metástases incluem o pulmão e os rins, e mais tardiamente outros órgãos parenquimatosos.

A ecografia é o principal meio de diagnóstico para o CUT localizado na bexiga. Com este exame é detectada a massa. Infelizmente, uma parte da uretra não está acessível por ecografia, pelo que nestes casos, só a endoscopia (cistoscopia) permite fazer um diagnóstico correto. Ademais, 30 % dos CUT podem ser diagnosticados pela observação de células tumorais num exame de sedimento urinário.

Perante a confirmação da presença de uma massa é necessário proceder ao diagnóstico histológico, podendo ser utilizado ainda, imuno-histoquímica para fator prognóstico tumoral. Este tipo de neoplasias é dos poucos casos em que a CAAF pode estar contraindicada pelo risco de disseminação da doença. Assim, o método mais seguro será a realização de endoscopia, ou raspagem ecoguiada para coleta de material.

O tratamento varia de acordo com o tamanho e localização tumoral e geralmente inclui a remoção cirúrgica seguida de quimioterapia, a qual deve ser realizada por Médico Veterinário Oncologista.

OBS: Esta neoplasia também pode surgir na uretra, nos ureteres e na próstata, podendo neste último caso, ser confundido com um carcinoma prostático. 

Atenção: A informação existente neste conteúdo pretende apoiar e não substituir a consulta com médico veterinário especialista. Procure sempre uma avaliação do seu animal com um médico da sua confiança. 

Texto escrito pela médica veterinária patologista, Gabriela Fredo - CRMV-RS 12455.

 

Bibliografia:

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Inkelmann, M. A., Kommers, G. D., Fighera, R. A., Irigoyen, L. F., Barros, C. S., Silveira, I. P. & Trost, M. E. 2011. Neoplasmas do sistema urinário em 113 cães. Pesquisa Veterinaria Brasileira, 31, 1102-1107.

Henry, C. J. 2007. Transitional cell carcinoma. . Proceedings of the 32º World Small Animal Veterinary Association. Wsava, Sydney.

Meuten D.J. 2002. Tumors of the urinary system, p.509-546. In: Meuten D.J. (Ed.), Tumors in Domestic Animals. 4th ed. Iowa State Press, Ames.

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